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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Rumores da Criatividade

Estou sempre procurando por novidades. Desde garoto sempre “fucei" os ambientes mais estranhos e não convencionais a fim de encontrar algo que fosse diferente e inusitado. Procurava, só por curiosidade, me deparar diante de situações que me lançassem uma nova realidade. Foi assim, por exemplo, com a música. Enquanto todos ouviam as mesmas canções ou bandas, sempre fiquei investigando a existência de grupos e estilos musicais diferente do convencional. Era até mesmo prazeroso, ouvir um acorde ou trecho de uma canção, que até aquele momento, poucas pessoas tinha experimentando. Tive essa experiência, quando chegou em minhas mãos, quase por acidente, o cd Grace, de Jeff Buckley. Foi puro lirismo, travestido de peso e leveza, que só a boa música pode nos presentear.

Outra sensação gostosa me ocorreu quando li, Cristianismo Puro e Simples, de C. S. Lewis. Enquanto os meus colegas de seminário mergulhavam em temas e autores cansativos e repetitivos, lá estava eu, mais uma vez, envolto a assuntos da tradição crista, porém com uma linguagem muito diferente. Creio que foi a partir da leitura do capítulo O Tempo e Além do Tempo que a minha mente começou a esboçar uma compreensão mais apurada sobre a doutrina da Trindade. Tal tema tornou-se crível e viável a partir da leitura desse opúsculo.

Lembro-me, como se fosse hoje, quando li uma resenha sobre Magnólia, filme de Paul Thomas Anderson. Quando chegou a locadora, assisti em reverencia as histórias de pessoas tão loucas e humanas, que se conectam umas as outras, através de fatos e situações tão líricas e poéticas.
Hoje sou forçado a acreditar, que há entre nós evangélicos, toda uma subcultura, que nos impedem de desenvolvermos uma linguagem mais criativa e diversificada, quando pensamos em arte crista. Fico muitas vezes com náuseas, ao ouvir canções que são produzidas dentro das quatro linhas do nosso cenário religioso, e me pergunto: Quem fez tal sandice? Quem vai consumir esse produto? Será que ninguém tem coragem em dizer que essa letra é pobre, tosca, gramaticalmente absurda e teologicamente inconsistente?

Até que mais uma vez (para variar) me lancei em busca de coisas originais e diferentes. E acabei conhecendo o NOOMA. Nome estranho para um projeto do pastor Rob Bell. Rob é pastor senior da Mars Hill Bible Church, uma comunidade crista viva e crescente em Michigan-EUA. Rob Bell é autor de dois livros, infelizmente ainda não traduzidos para o português, Velvet Elvis e Sex God.
NOOMA são curtas ou documentários, com uma linguagem pós-moderna e com um embasamento teológico muito denso. São pequenas histórias (ou seriam parábolas?) narradas por Rob, a fim de ilustrar ou refletir sobre questões relativas à espiritualidade cristã. Do visual a trilha sonora, todos documentários possuem uma textura e sonoridade que lembram muito os clip´s da MTV ou VH1.

Assisti a todos eles: Rain, Flame, Trees, Sunday, Noise, Kickball, Luggage, Dust, Bullhorn, Lump, Rhythm, Mattew, Rich, Breathe, Today e Name. Cada um deles me surpreendeu a sua maneira. Muitas vezes eu ficava observando a construção linear de cada situação, e me perguntava como Rob Bell tinha conseguido comunicar princípios eternos de maneira tão popular e acessível para uma geração quer vive em constante agonia intelectual.

Ao terminar a maratona de vídeos, não pude ficar indiferente a seguinte questão: Será que em nosso país, não há pastores e igrejas aptos a realizarem, de maneira inovadora e criativa, mensagens que venham a falar aos cidadãos do século XXI? Sim, porque muitas vezes encontro lideranças que querem erigir comunidades para homens e mulheres do século XVII! Já perdi as contas de quantas vezes, conversei com colegas que estão fazendo as perguntas que ninguém quer mais fazer, tratando de assuntos, que a sociedade não se dá mais ao luxo de se inclinar sobre eles. Ficam num processo doentio de busca pelas nossas verdadeiras raízes, quando na verdade escondem uma visão patológica das transformações imperiosas, que toda sociedade é levada ou empurrada a se enquadrar.

Nos próximos artigos tentarei falar de alguns dos clip´s do NOOMA que mais mexeram comigo. Por ora, fica aqui o desafio: Onde estão os discípulos que usariam os recursos culturais disponíveis e lícitos, para transmissão da tão velha e nova mensagem do Reino?

Vladimir de Oliveira Souza é pastor da Primeira Igreja Batista em Cosmorama. Articulista, conferencista e estudante de pedagogia. Casado com Andréa Portes e pai de dois filhos: Renato e Eduardo Portes.
http://www.pibemcosmorama.com

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